Dúvidas frequentes sobre Leishmaniose Visceral Canina (LVC)

Reunimos algumas das perguntas mais frequentes sobre a Leishmaniose Visceral em cachorros. Essa é uma zoonose que pode levar a morte do seu cachorro e complicações em sua saúde.

Quando é que devo suspeitar de leishmaniose visceral no meu cão?

Sempre que o seu cão apresentar o conjunto de sintomas da doença, ou seja, emagrecimento, descamação da pele, queda de pêlos, desânimo, olhar triste, os olhos remelentos e as unhas crescendo muito. Não deixe de leva-lo para uma consulta no Médico Veterinário de sua confiança.

Meu cão pode estar com leishmaniose e não apresentar nenhum sintoma?

Sim. Nas áreas onde existe transmissão de leishmaniose visceral a maioria dos cães que se infectam podem não apresentar sintomas. São considerados portadores assintomáticos.

Como posso proteger o meu cão contra a leishmaniose?

O principal modo de proteção é evitar que seja picado pelos flebótomos (mosquitopalha), por isso é recomendado:

Utilizar coleiras impregnadas com Deltametrina a 4%. As coleiras devem ser utilizadas em todos os cães, mesmo naqueles que tiverem sido vacinados. É importante ressaltar que o uso das coleiras não pode ser interrompido. Elas devem ser sempre substituídas quando perderem o prazo de validade. Evitar passeios no fim da tarde quando as fêmeas realizam repasto sanguíneo com maior frequência. Evite também acúmulo de matéria orgânica no seu quintal. E comunique a seus vizinhos que você realiza controles efetivos para minimizar a presença do vetor e que a colaboração de toda a comunidade é fundamental.

Preciso vacinar?

A vacina pode ter efeito protetor para o animal vacinado, mas mesmo assim ele ainda corre risco de se infectar, pois a vacinação não confere 100% de proteção.

Todo cão pode receber a vacina?

Não. Só podem ser vacinados os cães maiores de 4 meses, sem sintomas de leishmaniose e, também sem anticorpos para Leishmania no sangue, isto é, aqueles que foram testados e tiveram resultado sorológico negativo.

O exame considerado CONFIRMATÓRIO pelo Ministério da Saúde é o TESTE ELISA.

Atualmente existe apenas uma vacina que, após ser analisada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Ministério da Saúde (MS), obteve autorização para ser fabricada e comercializada, a Leish-Tec da empresa “Hertape Calier Saúde Animal”.

Mesmo vacinado, meu cão pode pegar leishmaniose? Sim, pois cada animal responde à vacinação de acordo com sua capacidade imunológica. Segundo o fabricante, a proteção conferida pela vacina é de 96,41%, ou seja, não chega a 100% dos animais. Entretanto estudos que compararam animais vacinados e não vacinados mostraram uma eficácia da vacina de 71%. Deste modo, mesmo o cão estando vacinado, ele  pode se infectar com Leishmania e assim virar uma fonte de infecção (reservatório do parasita) para os “mosquitos-palha”.

Meu cão foi vacinado. Ele pode apresentar sorologia positiva no teste?

A sorologia positiva é interpretada como sinal de que houve a infecção pela Leishmania visto que a vacina tem falhas. Portanto, o animal é tido como portador de leishmaniose e está sujeito às medidas sanitárias vigentes.

Mesmo se não tiverem os sintomas da doença meu cão com sorologia positiva pode transmitir o parasita (Leishmania) para o vetor (mosquito-palha)?

Sim. Na natureza os cães são os reservatórios do parasita Leishmania chagasi/infantum, por isso eles raramente adoecem. No entanto, mesmo aparentemente saudáveis, eles ficam com a pele muito parasitada. Quando o mosquito-palha (flebótomo) pica o cão, suga os parasitas da pele junto com o sangue e se torna um transmissor da doença (vetor), podendo passá-la para outros cães ou para as pessoas.

Onde pode ser feito o exame de sangue?

O exame de sangue pela técnica ELISA pode ser realizado pelo Santé Laboratório. Solicite que o Médico Veterinário do seu cão realize o exame clínico, colete amostra de sangue e encaminhe o material juntamente com o pedido médico, assinado e carimbado, para que nossa equipe realize o teste.

A Leishmaniose é uma doença vetorial. É possível controlar os vetores, isto é, os flebótomos?

Em parte. Os flebótomos ou ‘mosquitos-palha’ não são mosquitos comuns. Vivem e se criam em lugares úmidos, sombreados, protegidos do vento e com solo rico em matéria orgânica. Aproximam-se dos seres humanos e animais para se alimentar. Como são muito pequenininhos, medindo cerca de 2 a 3 mm, só podem ser contidos por telas de malha muito fina. Medidas simples como limpeza dos terrenos e quintais, eliminação de resíduos orgânicos do solo, entrada da luz solar, redução da umidade do solo, afastamento dos abrigos dos animais domésticos das casas, podem ajudar a diminuir a quantidade destes insetos. A aplicação de inseticidas só está indicada em situações especiais, de acordo com a avaliação da Vigilância Epidemiológica. As pessoas podem se proteger das picadas usando repelentes e evitando permanecer nas áreas externas durante o entardecer ou período noturno.

É possível controlar a transmissão para os cães?

Para evitar a disseminação da doença entre cães são necessários alguns cuidados. Em primeiro lugar está o controle da população de cães errantes que deve ficar sob a responsabilidade do município, segundo as normas vigentes no Código Sanitário. Todos estes cães devem ser testados para LVC antes de serem encaminhados para doação. Em segundo lugar estão as medidas de proteção para evitar a picada de flebótomos, como a telagem de canis individuais e coletivos, sobretudo os canis de clínicas veterinárias, abrigos de animais, hospitais veterinários e canis públicos, com tela de malha muito fina. Utilizar coleira com deltametrina a 4%, substituindo-a a cada três meses.

Fonte: DVRH/GEZOO/SC

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