Urinálise

Urinálise

EXAME DE URINA

Pelo baixo custo e facilidade de obter amostras, a uroanálise é um dos exames mais rotineiramente realizado no laboratório de análises clínicas, principalmente por fornecer ao clínico dados informativos sobre patologias renais e do trato urogenital, bem com, sobre doenças extra-renais.

Obtenção da amostra:
A amostra matinal recente, não sofre influências de alimentação e nem de exercício, e nem contaminação bacteriana, sendo a mais adequada por estar mais concentrada, aumentado assim a possibilidade de conter elementos anormais ou normais em concentrações elevadas.

Formas de obtenção: observar o material necessário e cuidados:

Micção espontânea ou compressão: evitar a porção inicial, que normalmente apresenta células e detritos da uretra e do canal genital.

Cateterização: há elementos como bactérias que não estão presentes em urinas normais colhidas por este método. As lesões provocadas por sondas podem aumentar a quantidade de hemácias e células epiteliais. Na cadela, a sonda metálica é mais indicada.

Cistocentese: a punção supra-púbica deve ser feita em certas condições como na obstrução da uretra por cálculos ou tumores compressivos, freqüente em fêmeas com (TVT). A amostra obtida desta forma está isenta de bactérias e de outros resíduos contaminantes oriundos das vias urinárias.

 

Conservação da urina:
Refrigeração: pode aumentar ligeiramente a densidade, mas é o mais utilizado e prático.

Composição da Urinálise
 

EXAME FÍSICO EXAME QUÍMICO SEDIMENTOSCOPIA EX. BACTERIOLÓGICO

Volume

Cor

Odor

Aspecto

Reação e pH

Densidade

Proteína

Glicose

Corpos cetônicos

Bilirrubina

Urobilina

Sais biliares

Urobilinogênio

Hemoglobina

Mioglobina

Indicam

Nitrito

Elementos

Cilindros

Células

Cristais

Cálculos

Muco

Hemácias

Leucóciotos

Bactérias

Espermatozóides

Parasitos

Citologia

Cultura

Antibiograma

 

EXAME FÍSICO
Volume

O volume urinário depende da alimentação, exercício, temperatura ambiente e da quantidade de líquido ingerido, para qualquer espécie.

Em condições normais depende principalmente da quantidade de resíduos que o rim precisa eliminar, existindo estreita relação entre a densidade e o volume de urina que, em função da capacidade renal, precisará de maior ou menor quantidade de líquido para a excreção de matérias dissolvidas, responsáveis pela densidade, isto é:

 

“A densidade é inversamente proporcional ao volume, havendo exceções como o diabetes mellitus, em que a densidade e o volume estão altos, ou em certos estágios de neuropatia aguda e doença renal crônica, em que a densidade e o volume podem estar baixos.”

 

A anúria, ausência de urina, ocorre nas obstruções das vias urinárias, desidratações intensas, nefroses escleróticas ou insuficiência renal aguda.

Poliúria (aumento do volume urinário) Oligúria (diminuição do volume urinário)
Doença renal crônica Doença renal crônica terminal
Doença renal aguda (f. Diurética) Doença renal aguda
Diabetes mellitus Desidratação
Diabete insípido nefrogênica Nefropatia tubular tóxica
Diabete insípido central Obstrução parcial do trato urinário
Glicosúria renal Moléstias cardíacas
Hiperparatiroidismo Moléstias pulmonares
Piometra Febre
Rim contraído Diarréia
Frio Choque
Reabsorção de edemas Convulsões
Hiperaldosteronismo primário Fluidoterapia
Diuréticos Corticosteróides

 

Volume nictemérico nas diferentes espécies domésticas

 

Oscilação normal média

Cão grande ( 0,5 – 2,0) ml/kg 1,0

Cão pequeno ( 0, 25 – 0,41 ) ml/ kg 0,3

Gato ( 0,1 – 0, 30 ) ml/ kg 0,2

 
Cor
A intensidade da cor conferida à urina depende do maior ou menor conteúdo em pigmentos urinários, como o urocromo que é um composto de urobilinogênio, da bilirrubina em estados patológicos hepáticos, da administração de drogas diversas, e de diferentes antissépticos.

A urobilina é o produto de oxidação do urobilinogênio, um derivado dos pigmentos biliares formando por ação das bactérias no intestino, e os compostos excretados pelas fezes que correspondem a eles, são o estercobilinogênio e a estercobilina.

A cor da urina dos animais domésticos depende da alimentação; em geral, a cor normal varia do amarelo ao âmbar, com a intensidade da cor relacionada ao volume.

 

  • Poliúria: amarelo palha a incolor.
  • Oligúria : amarelo âmbar.
  • Hematúria: vermelho, sobrenadante normal após centrifugação.
  • No começo da micção: vias urinária inferiores.
  • No fim da micção: origem vesical.
  • Hemoglobinúria : vermelho após centrifugação.
  • Mioglobinúria: castanho escuro, mesmo após centrifugação.
  • Bilirrubinúria: amarelo- esverdeado; após agitação, espuma colorida.
  • Cristalúria: leitosa, com muitos cristais de fosfato.
  • Lipidúria: leitosa.
  • Quilúria: leitosa.
  • Pseudomonas: azul- esverdeada.
  • Pyridium: (antisséptico urinário): vermelho – alaranjado.
  • Complexo B: alaranjado fluorescente.
  • Azul de metileno; azulada.
  • Uremia, diabetes, consumo excessivo de água: incolor.
  • Normal: amarelo-claro.

 
Odor
O odor característico da urina recém emitida se deve a ácidos voláteis e é classificado como odor sui generis.

A urina do cão tem seu odor em conseqüência da excreção de sulfato de etila, enquanto que a do gato é mais forte e característica.

Podemos classificar o odor como:

  • Fétido: Decomposição de proteínas.
  • Cetona: Sugere cetose.
  • Inodoro: Urina muito diluída ou uremia.
  • Amoniacal: Pela ação da urease bacteriana desdobrando a uréia, ou à fermentação alcalina.

Alguns medicamentos emprestam à urina odor particular, principalmente as vitaminas.

 
Aspecto:
O aspecto da urina recentemente emitida é límpido; decorridas algumas horas da emissão, a turvação perde seu valor diagnóstico, pois deixada em repouso haverá formação de depósito por precipitação de sais que formam cristais, de leucócitos, células epiteliais e muco.

Podemos classificar o aspecto quanto a sua transparência em :

  • Límpido ou transparente,
  • Ligeiramente turvo,
  • Turvo ou floculento.

 

pH e Reação
A concentração hidrogeniônica da urina, depende em grande parte da dieta. Nos carnívoros como o cão e o gato, a urina é ácida, mas, se alimentado com ração industrializada, torna-se debilmente alcalina.

Em condições de normalidade podemos observar a reação urinária (pH):

 

Ácida: 5,0 a 6,5 – normal em carnívoros, dieta com excesso de proteínas, inanição, febre, acidose metabólica ou respiratória, atividade muscular prolongada com produção excessiva de ácido láctico, administração de medicamentos acidificantes, nefrite e enterite catarral de eqüinos.

Neutra: 7,0.

Alcalina: 7,5 a 8,5 – levemente alcalina

8,5 a 9,0 – fortemente alcalina – Normal em herbívoros, dietas vegetais, cistites, retenção urinária, absorção de transudatos, alcalose metabólica e respiratória e material de coleta mal enxaguado, com resíduos de detergente.

A urina ácida ocorre em patologias que resultam no aumento do catabolismo tissular como

  • Estados febris
  • No jejum
  • No diabete
  • Nas nefrites
  • Nas dietas só de carne, de cereais
  • Na acidose metabólica e respiratória
  • Exercício vigoroso prolongado
  • Administração de medicamentos acidificantes como o cloreto de amônio, ácido ascórbico, metionina, fosfato de sódio, cloreto de sódio.

Cabe lembrar que alguns antimicrobianos pH dependentes, têm maior atividade em pH 5,5 ou menos, e são eles: tetraciclina, nitrofurantoína e mandelato de metenamina.

A urina alcalina ocorre :

  • Pela ingestão de carbonatos e frutas cítricas
  • Após refeições
  • Patologias com vômitos repetidos
  • Pneumonias
  • Alcalose metabólica e respiratória
  • Tratamentos com o bicarbonato ou lactato de sódio
  • Retenção urinária ou cistite produzida por bactérias que degradam a uréia para formar amônia (pricipalmente estafilococos e proteus apresentam urease)

“Os antimicrobianos que atuam melhor em pH alcalino são: estreptomicina, canamicina e cloranfenicol e outros.”

 
Densidade

A densidade urinária é a proporção do peso de um volume de urina, comparada com o peso de igual volume de água em uma temperatura determinada, e varia conforme a proporção de cada soluto.

A gravidade específica da urina está sujeita a flutuações que dependem da maior ou menor ingestão de líquidos, da sudorese e de condições patológicas que promovam situações de poliúria, onde ocorre diminuição de sólidos urinários, ou oligúria onde acontece o aumento da concentração destes sólidos que são eliminados pela urina.

O rim normal é capaz de diluir ou de concentrar a urina conforme a ingestão de líquido; o rim doente em geral não possui essa capacidade, e a densidade tende a se manter com valor igual à densidade do plasma sangüíneo, que varia de 1008 a 1012, isto é, isostenúrica e, à medida que se agrava seu estado funcional, independente da quantidade de líquido ingerido, tende a diminuir a densidade, chegando à situação denominada hipostenúria.

“A densidade do plasma sangüíneo, varia de 1008 a 1012”

 

Teste de privação da água

Para certificar-se de que uma situação hipostenúrica é passageira, convém fazer o teste de privação da água, em que se deixa o animal sem água durante 8 a 12 horas, conforme o comportamento do animal, cuidando-se para que não entre em estado de hipovolemia e desidratação em conseqüência de poliúria intensa, repetindo-se a tomada da densidade para confirmação.

 

Teste da vasopressina sintética

Este teste resume-se na aplicação nasal de vasopressina sintética e verificar se houve concentração urinária, após a administração, através de outra medição da densidade.

 

Valores Normais

Canino : 1015 – (1025) – 1045

Felino: 1020 – (1030) – 1060

 

A densidade acima dos valores máximos normais chama-se hiperestenúria, e está associada à desidratação, baixo consumo de líquidos, perdas de líquidos como em casos de vômito e diarréia, febre e no diabetes mellitus, neste caso, apesar da poliúria, há aumento da densidade, em virtude das moléculas de glicose e pelo seu baixo limiar renal.

Composição da urina
 
Compostos fisiológicos orgânicos
 
Uréia
 

É o principal produto final do catabolismo das proteínas e dos aminoácidos, produzido no fígado através do ciclo da uréia e da ornitina ou ciclo de Krebs-Henseleit.

Depois de sair do fígado entra no sangue, sendo distribuída para todos os líquidos intra e extracelulares, uma vez que a uréia difunde-se através da maioria das membranas celulares.

A uréia constitue a metade dos componentes sólidos da urina.

 

Uremia de origem pré-renal:

Em situações patológicas pode-se encontrar a uréia em concentrações elevadas:

Insuficiente perfusão renal e pelo aumento da concentração plasmática como ocorre:

  • Desidratação
  • Choque
  • Insuficiência cardíaca congestiva
  • Dimuição do volume sangüíneo
  • Hemorragia gastrointestinal maciça com aumento da absolrção de aminoácidos
  • Hipovolemia
  • Aumento do catabolismo proteico – febre, estresse e queimaduras extensa

 

Uremia renal:

Ocorre por diminuição da filtração e por retenção de uréia em conseqüência de doença renal aguda ou crônica e como conseqüência:

  • Acidose metabólica
  • Desequilíbrio hidro-heletrolítico
  • Náusea
  • Vômito
  • Anemia
  • Hemorragias gastrointestinal
  • Alterações neurológicas
  • Ulcerações na boca e língua

 

Uremia pós-renal

É geralmente resultante de uma obstrução do trato urinário, de forma que a uréia é reabsorvida e passa para a circulação, uma causa pouco freqüente é a perfuração do trato urinário, com extravasamento da urina para os tecidos moles.

A diminuição significativa da uréia no sangue ocorre em raras situações, como em nutrição deficiente, administração excessiva de líquidos intravenosos com função renal normal, gravidez, provavelmente pela taxa de filtração estar aumentada, doenças hepáticas graves, podem causar diminuição da síntese da uréia devido à diminuição das atividades envolvidas no ciclo da uréia.

 

Azotemia

É a designação bioquímica para todo e qualquer aumento significativo da concentração plasmática de compostos nitrogenados não proteicos, principalmente uréia e a creatinina. A uremia é a caracterização sintomática da azotemia.

 

Creatina e Creatinina

A creatina é importante no metabolismo do músculo, porque proporciona o armazenamento de fosfatos de alta energia através da síntese de fosfocreatina.

A creatinina é um anidro da creatina, formada por uma reação espontânea e irreversível.

A constância de formação e de filtração torna a creatinina um bom indicador endógeno da função de filtração renal.

 

Aminoácidos

Têm que ser fornecido pelos alimentos, ou porque a sua síntese endógena não é suficiente para suprir as necessidades fisiológicas, ou porque o organismo não produz, sendo esses os aminoácidos essenciais.

Estes aminoácidos são filtrados pelos glomérulos e reabsorvidos nos túbulos contorcidos proximais por transporte ativo. Em condições normais,

menos de 5% dos aminoácidos filtrados não são reabsorvidos e, portanto, são eliminado na urina.

Um erro genético do metabolismo condiciona a ocorrência de quantidades aumentadas de cistina na urina, constituindo assim a cistinúria, levando à formação patológica de cálculos de cistina, principalmente no ducto uretra.

 

Enzima

Algumas enzimas são encontradas na urina como a:

 

Pepsina, tripsina, lipase, amilase e outros.

Fosfatase alcalina (FAS, AP, FAL)

Glutation S-transferase citosólica (GST)

L-Lactato dehidrogenase (LDH)

Gama glutamil transferase (GGT)

N-acetil-beta-D-glucosaminidase (NAG)

b-glucosonidase (NAG)

h-glicosonidase (GRS)

Alanina aminopeptidase (AAP)

 

Componentes fisiológicos inorgânicos

Além dos sulfatos, cloretos, fosfatos, magnésio, carbonatos, sódio, potássio, cálcio, e o ferro como constituem os principais componentes fisiológicos inorgânicos da urina

 

Exame Químico

Componentes patológicos

Serão descritos e fazem parte do Exame Químico Qualitativo da urina.

  1. Proteína
  2. Glicose
  3. Corpos cetônicos
  4. Bilirrubina
  5. Urobilina
  6. Sais biliares
  7. Urobilinogênio
  8. Hemoglobina
  9. Mioglobina
  10. Indicam
  11. Nitrito

 

Proteína

No estado normal, o glomérulo impede a passagem de moléculas de proteína para a urina. Entretanto, diminutas quantidades são eliminadas, parte sendo reabsorvida pelos túbulos e pequena porção, na ordem de 24 mg/24 horas até 50 mg/24 horas após exercícios violentos são eliminados na urina.

A proteinúria é classificada como funcional ou fisiológica, provocada por congestão capilar ou aumento da permeabilidade glomerular, isto é, má perfusão renal e seus efeitos secundários.

A primeira proteína a aparecer é a albumina, por ser a de maior concentração sangüínea, e por ter peso molecular que permite a sua passagem pelo glomérulo, seguida do fibrinogênio, depois as globulinas alfa , beta e gama.

 

Causas de proteinúria fisiológica:

 

  • Exercício muscular violento
Convulsão
Estresse
  • Frio excessivo
Final de gestação
Cio

 

Causas de proteinúria pré-renal patológica:

 

  • Proteína de Bence-Jones , (mieloma múltiplo)
Mioglobinúria
Hemoglobinúria
Choque
Mixedema

 

Causas de proteinúria renal:

  • A causa principal de proteinúria patológica reside em lesões renais que resultem na incapacidade do glomérulo em reter moléculas grandes como as proteínas.
  • A membrana glomerular é muito sensível às substâncias tóxicas, à isquemia e à inflamação.
  • A insuficiência renal aguda pode ser estabelecida no animal, por choque causado por uma série de estados patológicos tais como necrose pancreática, obstrução intestinal, trauma, insuficiência adrenocortical, ou por substâncias tóxicas que afetem o tecido renal.
  • Outras causas como viroses, congestão passiva devido a tumores, ascite, neoplasmas metastáticos, rim policístico, hemorragias e alguns parasitos, contribuem para proteinúria renal.
  • Doenças tubulares que impeçam a reabsorção e a degradação das moléculas de proteínas do ultrafiltrado glomerular pelas células epiteliais tubulares, o que acontece quase exclusivamente pelo túbulo proximal dos rins e que podem também ser saturados quando quantidades crescentes de proteínas atravessam o glomérulo, resultam em proteinúria.
  • A magnitude da proteinúria está mais relacionada com a natureza da lesão renal do que com o estágio da doença.

 

A interpretação conjunta com a densidade, exame microscópio da urina e exame clínico, permitem estimar a origem da proteinúria.

Marcada proteinúria:

  • Sem hematúria, origem renal com lesão glomerular
  • Com hematúria e leucócitos, neoplasma renal ou outro tumor
  • Nefrite aguda
  • Glomerulonefrite
  • Nefrose, principalmente por intoxicação química
  • Amiloidose

 

Moderada proteinúria:

  • Pielonefrite
  • Rim policístico

 

Leve proteinúria:

  • Estágio final de doenças renais

 

Causas de proteinúria pós-renal

  • Uretrite
  • Pielite
  • Prostatite
  • Metrite
  • Infecção por Capilária plica.
  • Cistite
  • Ureterite
  • Vaginite
  • Vesiculite seminal

 

Observações:

  • Valores altos de proteinúria ocorrem comumente em doenças glomerulares; patologias tubulares sem comprometimento glomerular resultam em valores intermediários.
  • Proteinúria alta ocorre com hemorragia, onde pesquisa de sangue oculto é positiva e são observados eritrócitos no sedimento. Na doença glomerular ou tubular não aparecem.
  • Proteinúria nas inflamações das vias urinárias ocorre com valores baixos, a menos que a inflamação seja hemorrágica.
  • A magnitude da proteinúria está mais relacionada com a natureza da lesão do que com o estágio da doença.
  • Uma proteinúria na ausência de hematúria ou piúria indica a presença de uma doença glomerular generalizada.
  • As proteínas de Bence-Jones são cadeias leves de imunoglobulinas que estão na urina (corpos protéicos patológicos do plasma) estando associados ao mieloma múltiplo, que se evidencia por massas tumorais disseminadas, tumores ósseos dolorosos, fraturas espontâneas e anemia; esta proteína pode lesionar as células dos túbulos contornados distais e também pode estar relacionada com macroglobulinemia e com o complexo leucêmico.

 
Glicose
Glicose, galactose, frutose e certas pentoses, podem estar ocasionalmente presentes na urina, mas dos hidratos de carbono, o que é mais freqüente é a glicose, determinando a glicosúria.

A urina normal não tem glicose, pois é filtrada no glomérulo e totalmente reabsorvida nos túbulos contorcidos proximais.

Se a glicemia, nível de glicose no sangue, exceder o limiar renal da espécie, a glicose aparecerá na urina. Isso acontece quando a taxa de glicose presente nos túbulos excede a capacidade de reabsorção, quer dizer, ultrapassa o limiar renal.

 

Causas de glicosúria com hiperglicemia

  • Diabetes mellitus, primeiramente, hiperglicemia, depois glicosúria, poliúria, polidipsia e finalmente cetonúria.
  • Hiperadrenocorticismo ou Síndroma de Cushing, espontânea ou iatrogênica.
  • Pancreatite aguda com produção insuficiente de insulina pelas ilhotas de Langherans
  • Aplicação de epinefrina ou aumento da produção.
  • Hiperpituitarismo.
  • Hipertiroidismo, devido à rápida absorção intestinal da glicose.
  • Ingestão excessiva de carbohidratos por monogástricos.
  • Aplicação de glicose, dextrose ou frutose.
  • Pressão intracraniana aumentada por tumor, hemorragia, encefalite ou fratura.
  • Glicemia acima do limiar renal nas diferentes espécies.

 

Causas de glicosúria sem hiperglicemia

  • Glicosúria renal primária, causada por um defeito enzimático nos túbulos renais.
  • Síndroma de Fanconi, em razão de lesões tubulares, promove a glicosúria.
  • Emocional, o nível de epinefrina está aumentado e são mobilizados os glicocorticosteróides.
  • Anestesia geral, que promove a rápida liberação da glicose dos compartimentos de  armazenagem no fígado.
  • Drogas que fornecem falso – positivo nos exames laboratoriais.
  • Nefrite, devido à injúria que perturba a capacidade de reabsorção tubular renal.

 

Corpos Cetônicos

Cetonúria ocorre como resultado do aumento da concentração sangüínea do ácido aceto – ácido, do ácido beta hidroxibutírico e da acetona, que são os corpos cetônicos, com conseqüente excreção desses componentes pela urina.

Por exemplo no Diabetes mellitus o organismo não utiliza a glicose devido à deficiência de insulina sangüínea, com acúmulo de corpos cetônicos; desses o acetoacético e o beta – hidroxibutírico são geradores de acetil-CoA que não é utilizada para a lipogênese, nem no ciclo do ácido cítrico, gerando desta forma novos corpos cetônicos, que aumentados no sangue são eliminados pela urina

Na inanição, há diminuição da oferta de carboidratos e utilização de lipídios, com maior formação de corpos cetônicos.

A acetonemia revela que o organismo está utilizando grandes quantidades de lipídios no lugar de glicídios. Os corpos cetônicos possuem ação diurética e contribuem para a poliúria encontrada no Diabetes mellitus.

 

Causas do aumento do metabolismo de lipídios ou deficiência do metabolismo de carboidratos.

  • Diabetes mellitus:
  • Jejum prolongado
  • Doenças agudas ou crônicas do fígado
  • Excesso de gordura na alimentação,
  • Fome ou anorexia
  • Diarréia e vômitos prolongados
  • Síndromas hipoglicêmicos, pode-se produzir a cetonúria.
  • Doenças febris.

 
Bilirrubina

Encontra-se no sangue sob a forma livre, não conjugada e sob a forma conjugada ao ácido glicurônico. A bilirrubina conjugada é excretada no duodeno pelo fígado onde, por ação de enzimas, é transformada em urobilinogênio.

A bilirrubinúria é observada quando a bilirrubinemia se acha acima de 2 mg/ dl, às custas de bilirrubina conjugada, e pode ser notada antes da coloração amarela da pele e mucosas.

O cão possui baixo limiar renal para o glicuronato de bilirrubina (bilirrubina conjugada ou direta), enquanto o gato exibe limiar renal 9 vezes superior. Por essa razão, cerca de 20 % de cães clinicamente normais podem ter reação positiva para bilirrubina na urina.

Somente nas doenças hemolíticas crônicas com hemossiderose secundária ou necrose hepática em conseqüência da anemia, bilirrubinúria ocorre em conseqüência da regurgitação hepática.

A presença de bile na urina é chamada colúria, enquanto que a de ácidos e sais biliares é chamada biliúria.

 

Causas de bilirrubinúria patológica:

  • Icterícia obstrutiva por lesões nos ductos, por cálculos ou neoplasma
  • Lesão hepatocelular, por causa infecciosa, tóxica ou cirrótica
  • Hepatite infecciosa canina, causa infecciosa
  • Leptospirose, causa infecciosa
  • Cirrose obstrutiva

 

Na icterícia hemolítica, na fase inicial, quando se apresenta no sangue sob a forma livre, a bilirrubina não aparece na urina.

 
Urobilinogênio

A urina normalmente encerra traços de urobilinogênio, que rapidamente se oxida para urobilina; por isso, deve-se pesquisar o urobilinogênio em urina recém emitida.

O urobilinogênio, bem como o estercobilinogênio, é formado no intestino por ação redutora de enzimas bacterianas sobre a bilirrubina que foi lançada pela bile. É reabsorvido na circulação porta e novamente excretado pelo fígado, sendo em parte eliminada (cerca de 2 mg em 24 horas) pela urina (urobilinogenúria).

 

Urobilina
A sua presença na urina (urobilinúria), tem o mesmo significado que o urobilinogênio. A urobilina resulta da oxidação do urobilinogênio por ação da luz após a eliminação da urina.

 

Aumento:

  • Enfermidades do fígado.
  • Destruição de glóbulos vermelhos.

 

Diminuição:

  • Ausência de bile no intestino
  • Obstrução dos ductos biliares

Ácidos e Sais Biliares
Sua presença na urina caracteriza a colúria.

 

Hemoglobina
Quando ocorre a hemólise intravascular, a hemoglobina liberada torna-se ligada à albumina e à haptoglobina, formando um complexo estável que é muito grande para atravessar o glomérulo renal e, consequentemente, não é encontrado na urina.

Na icterícia hemolítica, na fase inicial, quando ocorre a presença da hemoglobina sob a forma livre, ela aparece na urina.

 

Causas de hemoglobinúria:

  • Leptospirose.
  • Doença hemolítica do recém- nascido.
  • Agentes químicos, como chumbo, cobre, mercúrio, sulfas e plantas tóxicas.
  • Transfusões incompatíveis
  • Fotossensibilização.
  • Queimaduras extensas.
  • Infecções estreptocócica.
  • Babesiose.
  • Veneno de cobra.
  • Anemia hemolítica autoimune.
  • Afosforose.

 

Mioglobina

A liberação de mioglobina, pela urina, (mioglobinúria) é normalmente provocada por extensas lesões musculares.

 

Causas de mioglobinúria:

Lesões musculares traumáticas, tóxicas ou Isquêmicas
Choque elétrico.
Alterações musculares idiopáticas.
Veneno de cobra
Crises de cãimbra
Indicam

 

Indicanúria é o nome dado devido a sua presença na urina. Normalmente há traços de Escatol e Indican na urina. Estas substâncias são formadas no intestino, de onde são absorvidas e eliminadas pelos rins. O Indol e Escatol são as substâncias que dão o dor característico às fezes.

 

Causas de Indicanúria:

  • Obstipação intestinal
  • Torção ou intussucepção intestinal
  • Fermentação intestinal
  • Íleo paralítico
  • Peritonite
  • Câncer gástrico
  • Acloridria
  • Gangrena
  • Outras decomposições de proteína corpórea

 

Nitrito
É de importância apenas para germes Gram-negativos. A prova do nitrito baseia-se na propriedade que várias bactérias Gram-negativas têm de reduzir o nitrato, o que é revelado através de reativo

 

Nitrito positivo: Infeções urinárias por bactérias Gram-negativas.

Exame microscópico do sedimento

Elementos Organizados

 
Células
 

Células epiteliais:

A urina em estado normal apresenta poucas células epiteliais, mas podem estar aumentadas devido à cateterização ou irritação do local de onde originaram-se.

Se o número de células epiteliais encontradas , for grande, indica um processo irritativo do órgão de onde provém.

Células escamosas. Células de transição. Células renais. Células neoplásicas.

Cilíndros

São estruturas semelhantes ao contorno dos túbulos uriníferos, cuja matriz primariamente é composta de mucoproteínas de Tamm-Horsfall, que são secretas no local pelas células epiteliais que forram as alças de Henle, os túbulos distais e os ductos coletores, preferencialmente se houver urina ácida concentrada e estes cilindros tomam a aparência morfológica do local onde houve deposição das mucoproteínas.

O pH alcalino, facilita a dissolução dos cilindros. Os diferentes tipos de cilindros conferem diferentes significados clínicos, associados a proteinúria e a densidade urinária.

Hialinos. Granulosos. Epiteliais: Gordurosos. Céreos. Hemáticos. Leucocitário. Cilindróides:

 
Hemácias

Normalmente aparecem em pequeno número, de 1 a 5 por campo,

Podem aparecer na urina macroscopicamente, quando o processo atingiu grandes proporções ou gravidade, como na:

  • Inflamação
  • Necrose
  • Neoplasias
  • Choque
  • Infarto
  • Congestão
  • Formação de cálculos
  • Defeito de coagulação
  • Parasitas (Doença renal, Capilária plica e microfilárias)
  • Venenos como mercúrio , arsênico ou tálio.

 
Leucócitos

São chamados de leucócitos os glóbulos brancos que conservam a morfologia intacta, identificável, visualizando o núcleo com as segmentações características

Para piócitos, reservam-se aos elementos degenerados, comuns nos processos infecciosos purulentos.

Considera-se normal observar-se de 3 a 5 leucócitos por campo examinado; o aumento do número de leucócitos indica um processo inflamatório dentro do trato genito-urinário em condições como:

  • Cistite
  • Uretrite
  • Pielite
  • Pielonefrite
  • Nefrite
  • Prostatite
  • Vaginite
  • Metrite
  • balanite podem produzir piúria.

 

Lipidúria (Gorduras)

Devem-se considerar a forma de obtenção, se não foi utilizado algum óleo para a lubrificação da sonda utilizada; geralmente são desprovidas de significado patológico.

Alguns autores comentam sobre a possibilidade de degeneração gordurosa dos rins.

 

Muco

São formas filamentosas de aspecto viscoso, muitas vezes impregnadas de cristais; em geral indicam processos irritativos do trato gênito – urinário.

 

Espermatozóides

Podem ser encontrados em grande quantidade na urina de cães, sem significado patológico.

 

Bactérias

A urina normal, recentemente eliminada, deve ser estéril, ao contrário da urina que não é fresca, já fermentada ou que foi contaminada durante a obtenção. A bacteriúria só é significante quando a amostra for obtida assepticamente.

As infeções do trato urinário inferior, apresentam bacteriúria juntamente com hematúria e leucocitúria.

É conveniente promover a cultura da urina suspeita, para diferenciação de germes patogênicos. A coloração de Gram colabora para o diagnóstico.

São freqüentes em gatos a E. coli, Pasteurela spp.; e, em cães, os coliformes, estafilococos, estreptococos e o Mycoplasma, promovendo infecções de trato gênito- urinário.

 

Fungos (Leveduras)

Ocorrem geralmente por contaminação externa, entretanto, nos diabéticos pode ser patológico. O mais freqüente é o gênero Cândida (monília), principalmente em diabéticos.

 

Parasitos

Os ovos de Dioctophyme renale (cão e visão) e Capilária plica (cão, gato e raposa) podem ser encontrados na urina.

 

Elementos não organizados

Em urina ácida:

 

Cristais de ácido úrico:

Os estados patológicos em que se encontram aumentados no sangue são:

Gota, metabolismo das purinas aumentado, pode ocorrer em enfermidades febris agudas e nefrites crônicas.

 

Cristais de oxalato de cálcio:

Se grande quantidade de cristais de oxalato de cálcio estiver presente em urina recém emitida, deve-se suspeitar de processo patológico como intoxicação pelo etilenoglicol, diabetes mellitus, doença hepática ou enfermidade renal crônica grave.

A ingestão de grande quantidade de vitamina C pode promover o aparecimento desses cristais na urina, pois o ácido oxálico é um derivado da degradação do ácido ascórbico e produz a precipitação de íons de cálcio. Essa precipitação pode dar lugar também a uma diminuição no nível de cálcio sério.

 

Cristais de urato amorfo:

Numerosos na urina fortemente ácida. Como o ácido úrico, só se apresentam como componentes normais nos carnívoros. Aparecem como sais de urato ( sódio, potássio, magnésio e cálcio). Não apresentam significado clínico.

 

Cristais de ácido hipúrico:

Sem significado clínico.

 

Cristais de cistina:

A presença desses cristais tem sempre significado clínico, como na cistinose, cistinúria congênita, insuficiente reabsorção renal ou em hepatopatias tóxicas.

 

Cristais de leucina:

Tem significado patológico importante como em enfermidades hepáticas em fase terminal, como a cirrose, hepatite viral e atrofia amarela aguda do fígado. Nas doenças hepáticas, estão normalmente associados a cristais de tirosina.

 

Cristais de tirosina:

Aparecem em enfermidades hepáticas graves ou em tirosinose.

 

Cristais de colesterol:

Seu aparecimento indica uma excessiva destruição tissular e em quadros nefróticos, como também na quilúria, esta em conseqüência da obstrução a nível torácico ou abdominal da drenagem linfática, ou por ruptura de vasos linfáticos no interior da pélvis renal ou no trato urinário. Situações de neoplasias.

 

Cristais de sulfa ou outros medicamentos:

As novas sulfas são muito solúveis em meio ácido; por isso, atualmente não se observam mais estes cristais na urina. A maioria, quando ocorre tem aparência de agulhas em grupos, unidas de forma concêntrica, de cor clara ou castanha.

Os contrastes radiográficos podem cristalizar em urinas ácidas, também em forma de agulhas.

A ampicilina pode precipitar em urina ácida, formando agulhas largas ou finas e incolores. A bilirrubina, quando presente, tem forma de agulhas amarelas ou castanho – avermelhado.

 

Em urina alcalina:

Cristais de fosfato triplo (fosfato amoníaco-magnesiano):

Podem ocorrer nos seguintes estados patológicos: pielite crônica, cistite crônica, hipertrofia de próstata e retenção vesical. Aparecem também em urinas normais.

 

Cristais de fosfato amorfo:

Os sais de fosfato com freqüência estão presentes na urina de forma cristalina, como substâncias amorfas, isto é, sem forma defina. Não têm significado clínico.

 

Cristais de carbonato de cálcio:

Não têm significado clínico e são normais em urina de eqüinos.

 

Cristais de fosfato de cálcio:

Podem formar cálculos, mas também aparecem em urina normal.

 

Os cristais com possível significado patológico são:

 

Cristais de biurato de amônio:

Ou urato de amônio, podem aparecer em urinas alcalinas, ácidas ou neutras. São corpos esféricos castanho amarelados, com espículas longas e irregulares. São patogênicos se aparecem em urina recém emitida, como ocorre em doenças hepáticas. Podem ocorrer na derivação portocava ou outras doenças hepáticas

São solúveis aquecendo a urina ou acrescentando o ácido acético e, se ficar em repouso, formam cristais de ácido úrico.

A precipitação de solutos depende do pH urinário e da solubilidade e concentração do cristalóide

 

Leucina: Ocorrem em severas lesões hepáticas provocadas por envenenamento por

fósforo, tetracloreto de carbono ou clorofórmio.

 

Tirosina: Podem ocorrer em hepatopatias

 

Cistina: Ocorre por alterações do metabolismo protéico, como na cistinúria congênita de cães, reabsorção tubular insuficiente, ou ainda por graves intoxicações hepáticas.

 

Sulfonamidas: Podem formar-se com tratamento excessivo com sulfas.

 

Oxalato: Podem ocorrer na intoxicação por etilenoglicol, por certas plantas ou podem ser normais.

 

Bilirrubina: Vai depender da espécie animais e de outros testes bioquímicos de função hepática.

 

Litíase, urolitíase ou cálculos:

Os urólitos são concreções que contêm mais de 95% de cristalóides inorgânicos e menos de 5% de matriz orgânica.

O exame do urólito pode ser muito significante no manejo pós-operatório adequado do animal com formação de pedra no trato urinário. Conhecem-se fatores capazes de favorecer a urolitíase ou litíase renal:

 

Causas de urolitíase:

  • Alterações tóxicas do rim.
  • Inflamação do parênquima renal.
  • Inflamação da pelve renal.
  • Deficiência de vitamina A.
  • pH urinário.
  • Concentração e quantidade de urina.

 

Formação dos cálculos:

Ao que parece, os cálculos são formados em torno de corpúsculos coloidais por deposição, em camadas concêntricas, formando os micrólitos e desses originam-se os macrólitos na pelve renal, nos ureteres, na bexiga e podem ser deslocados para a uretra, promovendo obstruções com repercussões para todo o trato urinário, na dependência das suas dimensões e localização.

Nos animais com osso peniano ou com uretra muito estreita, ocorre obstrução, impedindo a saída da urina.

 

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE CÁLCULOS

Espécie pH Urinário
Ácido: < 7 Alcalino: >7
Cão Oxalato Fosfato triplo
Cistina Fosfato de Mg e Ca
Ácido. Cítrico Carbonato de Mg e Ca
Urato – amoníaco
Gato Cistina Fosfato triplo
Ácido úrico Fosfato de Ca, Mg e K
Oxalato Carbonato de Ca

10 Comentários

  1. claudia cunha disse:

    Foi muito útil pra mim,esse estudo, de muita valia mesmo.

  2. Deise Freitas disse:

    Muito bom! E muito útil para nós, veterinários, auxiliando-nos a interpretar melhor os resultados dos exames.

  3. Renata Novais disse:

    Excelente mesmo! Parabéns e obrigada!

  4. marcos teixeira da silva disse:

    Ótimo e muito útil trabalho. Estarei sempre consultando sua página.
    Muito obrigado

  5. marcos teixeira da silva disse:

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    Muito obrigado

  6. José Antonio Otero disse:

    Excelente estudo, esmiúça os testes laboratoriais, levando mesmo profissionais ambientados ao trato de laboratório a recordações analíticas para análise

  7. Leticia Gama disse:

    Excelente artigo!!!
    Orienta com muita clareza a interpretação. Obrigada pela publicação, salvei nos favoritos!

  8. Paula Mariz disse:

    Eu gostaria de entrar em contato com a Dra. Deise Freitas, voces poderiam me indicar o e-mail dela?

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