Uso de Plasma Rico em Plaquetas Medicina Veterinária

O plasma rico em plaquetas (PRP) foi descrito no início dos anos 70, mas sua aplicação em procedimentos cirúrgicos aconteceu somente após 1989. Ele também é citado na literatura como plasma autógeno de plaquetas, plasma enriquecido de plaquetas, plasma rico em fatores de crescimento, concentrado de plaquetas e gel de plaquetas.

O PRP é uma fonte autógena, atóxica e não imunogênica de fatores de crescimento que apresenta, em sua constituição plasma, leucócitos e plaquetas. No plasma estão contidos diversos fatores de coagulação, leucócitos que conferem resistência natural aos agentes infecciosos e imunogênicos, e plaquetas que sofrem degranulação nos sítios de lesão liberando fatores de crescimento (FCs) (Marx et al., 1998).

O PRP é uma fonte autógena, atóxica e não imunogênica de fatores de crescimento que apresenta, em sua constituição plasma, leucócitos e plaquetas

As aplicações clínicas do PRP são diversas e muitos dos benefícios citados com relação ao seu uso são aplicáveis para as cirurgias de pele (Adler e Kent, 2002), tendo sido relatado o seu emprego em operações plásticas e procedimentos reconstrutivos (Jameson, 2007; Sommeling et al., 2013).

Usando o PRP em flapes cutâneos, Man et al. (2001), citaram que o mesmo foi capaz de auxiliar no processo de hemostasia e estimular a formação de novos vasos sanguíneos, o que por sua vez, reduziu as complicações pós-operatórias (ex. hematoma, seroma e isquemia), potencializou a cicatrização e diminuiu o tempo de recuperação cirúrgica. Sánchez et al. (2003), também atribuíram ao produto uma revascularização e reepitelização mais intensa em flapes.

O PRP também tem sido empregado em cirurgias osteoarticulares, como no reparo de tendões, osteoartrite e fraturas (Vendramin et al., 2010; Carmona et al., 2011; Malhotra et al., 2012; Yamada et al., 2012). Resultados da associação do PRP com enxertos ósseos demostraram uma consolidação mais rápida e uma mineralização do enxerto em 50% do tempo requerido, além de aumentar em 15 a 30% a densidade do osso trabecular (Marx et al., 1998). Seu uso também tem sido empregado no tratamento de lesões em ligamentos e tendões em equinos, apresentando resultados positivos (Rindermann et al., 2010; Torricelli et al., 2011; Machado et al., 2015). Messora et al. (2009) utilizaram o produto na cicatrização de defeitos mandibulares de cães tratados com enxerto ósseo alógeno. Em cães sua aplicação vem aumentando em fraturas de ossos longos associados ou não a enxertos (Souza et al., 2011; Lenza et al., 2013).

Na área de oftalmologia, mais especificamente no tratamento de úlcera de córnea em cães, o PRP na forma de colírio ou de tampão sólido demonstrou ser um excelente adjuvante, diminuindo o processo inflamatório, a dor e contribuindo com a cicatrização epitelial (Donatti et al., 2013; Merlini et al., 2014).

o PRP na forma de colírio ou de tampão sólido demonstrou ser um  excelente adjuvante, diminuindo o processo inflamatório, a dor e contribuindo com a cicatrização epitelial

A partir dos estudos realizados na área, pode-se concluir que:

1- A aplicação de PRP autólogo mostrou avanço da cura com aumento significativo da reepitelização de ferida, aumento da formação de granulação, organização de fibras de colágeno e redução da formação de cicatrizes. Comprovando a ação do PRP como potencializador biológico da cicatrização de feridas;
2- Analisando os estudos em tecidos ósseos em que foi aplicado o PRP terapeuticamente conferiu-se resultados positivos quanto à sua eficácia no processo regenerativo e cicatricial;
3- O uso do PRP é indicado quando associado a procedimentos tanto cirúrgicos quanto ambulatoriais para a aceleração da recuperação do animal frente lesões de tecidos moles, assim como em tecidos ósseos.

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