Erliquiose Canina

VIGNARD-ROSEZ, K.S.F.V; ALVES, F.A.R. BLEICH, I.M.

RESUMO

A erliquiose canina é uma importante doença infecciosa cuja prevalência tem aumentado significativamente em várias regiões do Brasil. É transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, e tem como agente etiológico a Erhlichia canis. Os sinais clínicos observados são conseqüência da resposta imunológica face à infecção. De acordo com estes sinais clínicos e patológicos, a doença pode ser dividida em três fases: aguda, sub-aguda e crônica. O sucesso do tratamento depende de um diagnóstico precoce. Varias drogas são utilizadas no tratamento da erliquiose sendo que a doxiciclina é o antibiótico de escolha no tratamento desta infecção.

 

1. AGENTE ETIOLÓGICO

O gênero Ehrlichia, pertencente à família das Rickettsiaceae, constitui bactérias intracelulares obrigatórias dos leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou trombócitos (DAVOUST, 1993).

Estas rickettsias infectam essencialmente os animais, existindo espécies que acometem naturalmente os canídeos, equídeos, ruminantes, e o homem (tabela 1), sendo que a infecção em gatos é rara, e foi apenas demostrada em raros casos (DAVOUST, 1993; MATTHEMAN, et al., 1996).

No entanto, apenas a infecção por E. canis possui importância epidemiológica, por levar a um quadro clínico mais severo (WARNER, et al., 1995).

No momento da transmissão da Erliquiose, o carrapato poderá transmitir outros agentes tais como: Babesia, Hepatozoon e Hemobartonella canis (BEAUFILS et al., 1992; KLAG et al., 1991).

O ciclo da Ehrlichia é constituído de três fases principais: (1) penetração dos corpos elementares nos monócitos, onde permanecem em crescimento por aproximadamente 2 dias; (2) multiplicação do agente, por um período de 3 a 5 dias, com a formação do corpo inicial; e (3) formação das mórulas, sendo estas constituídas por um conjunto de corpos elementares envoltos por uma membrana (DAVOUST, 1993; GREGORY, 1990).

Em uma mesma célula podemos ter mais de uma mórula. Estas permanecem na célula hospedeira por 3 a 4 dias para então serem liberadas com a lise celular (DAVOUST, 1993; COUTO, 1998).

Espécies Hospedeiro Natural Doença Vetor Células sanguíneas afetadas
Ehrlichia sennetsu homem Febre do Sennetsu ? Células mononucleares
Ehrlichia caffeensis homem Ehrlichiose humana ? Células mononucleares
Ehrlichia canis Canídeos Ehlichiose canina Pancitopenia Ripicephalus sanguíneus Células mononucleares
Ehrlichia platys Cão Trombocitopenia cíclica infecciosa Ripicephalus sanguíneus ? Plaquetas
Ehrlichia equi Cavalo e cão Ehrlichiose equina ? Granulócitos
Ehrlichia risticii Cavalo e cão Febre do Potomac Dermacentor viriabilis ? Células mononucleares
Ehrlichia phagocytophilia ruminantes Febre do carrapato Ixodes ricinus Polimorfonucleares jovens
Ehrlichia bovis ruminantes Ehrlichiose bovina Hyalomma aegyptium Células mononucleares
suínos Ehrlichiose suína Rhipicephalus appendiculatus
Ehrlichia ovina ovinos Ehrlichiose ovina Rhipicephalus bursa Células mononucleares

Tabela 1: Características das principais Ehrlichioses (DAVOUST, 1993)

 

2. MODO DE TRANSMISSÃO

O vetor de maior importância na transmissão da enfermidade é o carrapato, mais especificamente, o Rhipicephalus sanguineus (couto, 1998). Esta espécie é de grande importância por ser cosmopolita, tendo como hospedeiro principal o cão (GROVES et al., 1975).

Com efeito, apesar da capacidade de se fixar em outros hospedeiros, o R. sanguineus parece depender dos cães para a sua nutrição (DAVOUST, 1993).

No carrapato, a E. canis se multiplica nos hemócitos e nas células da glândula salivar, propiciando, portanto, a transmissão transestadial. Em contra partida, a transmissão transovariana provavelmente não ocorre (WOODY, et al., 1991; andereg et al., 1999; GROOVES et al., 1975).

A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio, pelo intermédio do carrapato (COUTO, 1998).

O cão é infectante apenas na fase aguda da doença, quando existe uma quantidade importante de hemoparasitas no sangue. O carrapato poderá permanecer infectante por um período de aproximadamente um ano, visto que a infecção poderá ocorrer em qualquer estado do ciclo. (WOODY et al., 1991).

 

3. PATOGENIA DA INFECÇÃO

A infecção do cão sadio se dá no momento do repasto do carrapato infectado (DAVOUST, 1993). Após um período de incubação de 8 a 20 dias, o agente se multiplica nos órgãos do sistema mononuclear fagocítico (fígado, baço e linfonodos). Logo, na fase aguda, a infecção acarreta uma hiperplasia linforeticular (GREGORY et al., 1990) com posterior inflamação (COUTO, 1998; DAVOUST, 1993).

Secundariamente ao processo de vasculite, teremos a destruição periférica das células alvo, ou o seqüestro das mesmas, levando a uma trombocitopenia e leucopenia (BUHLES et al.,1975).

Após a fase aguda, temos o aparecimento da fase sub-clínica, onde a E. canis persiste no hospedeiro, promovendo altos títulos de anticorpos (HARRUS et al., 1998). Esta fase pode perdurar por vários anos, sendo que irá acarretar apenas leves alterações hematológicas, não havendo sintomatologia clínica evidente (DAVOUST et al., 1991).

Quando a resposta imune do hospedeiro é incapaz de eliminar o agente, teremos a doença crônica. Estes quadros poderão ser reagudizados caso ocorra imunossupressão do hospedeiro.

A principal característica desta fase, é o aparecimento de uma hipoplasia medular levando à uma anemia aplástica, monocitose, linfocitose e leucopenia (GREGORY et al., 1990).

 

4. ASPECTOS CLÍNICOS

4.1 FASE AGUDA

A fase aguda ocorre após um período de incubação que varia entre 8 e 20 dias e perdura por 2 a 4 semanas. É caracterizada principalmente por hipertermia (39,5 – 41,5 oC), anorexia, perda de peso e astenia. Menos freqüentemente observam-se outros sinais inespecíficos como febre, secreção nasal, anorexia, depressão, petéquias hemorrágicas, epistaxis, hematúria, ou ainda edema de membros, vômitos, sinais pulmonares e insuficiência hepato-renal.

Ocasionalmente a forma aguda pode não ser percebida pelo proprietário. Esta sintomatologia, mesmo sem tratamento, fica atenuada após 1 a 4 semanas, caracterizando a infecção sub-clínica (GREGORY et al., 1990).

Caso o sistema imune do animal for eficiente, teremos uma forma crônica assintomática, o que caracteriza o “portador são”. Caso contrário, teremos a reagudização com amplificação do quadro sintomatológico, podendo levar o animal a óbito (DAVOUST, 1993).

Na hematologia observa-se freqüentemente uma trombocitopenia entre 10 a 20 dia pós infecção, em conseqüência da destruição imunológica periférica das plaquetas. Em alguns casos temos também uma leucopenia progredindo para leucocitose e, raramente, observa-se uma anemia aplástica (GREGORY et al., 1990; BUHLES).

Os exames bioquímicos mostram uma hiperbilirrubinemia principalmente por betaglobulinemia, assim como uma aumento das enzimas TGP, fosfatase alcalina e das bilirrubinas, indicando comprometimento hepático (ANDEREG et al., 1999).

 

4.2. FASE SUB-CLÍNICA

A fase sub-clínica é geralmente assintomática, podendo ser encontradas algumas complicações como depressão, hemorragias, edema de membros, perda de apetite e palidez de mucosas (WOODY et al., 1991).

Ocasionalmente, observa-se hifema, hemorragia sub-retinal, uveíte, descolamento de retina e cegueira (WOODY et al., 1991).

Devido a deposição de imune complexos, alguns cães poderão apresentar glomerulonefrite (CODNER, 1986).

 

4.3. FASE CRôNICA

A fase crônica da erliquiose assume as características de uma doença auto imune. Geralmente nesta fase o animal tem os mesmos sinais da fase aguda porém atenuados, encontrando-se apático, caquético e com susceptibilidade aumentada a infecções secundárias, em conseqüência do comprometimento imunológico (COUTO, 1998). Casos de glomerulonefrite foram também descritos nesta fase (CODNER, 1992).

Os exames laboratoriais indicam anemia aplástica, concomitante a monocitose, linfocitose e leucopenia (GREGORY et al., 1990).

 

5. Necropsia e Histologia.

À necroscopia, cães em fase aguda poderão apresentar miocardite intersticial, agregação subendotelial de células mononucleares nos vasos sangüíneos pulmonares, hiperplasia reticuloendotelial multifocal no fígado, proliferação difusa de células reticuloendoteliais na polpa vermelha do baço e células linforeticulares na polpa branca, linfocitose e plasmocitose perivascular no rim, adenomegalia, hiperplasia linforeticular das zonas paracorticais dos linfonodos, medula óssea normal ou com hiperplasia celular e aumento dos megacariócitos e da relação granulócito/eritrócitos (HIDELBRANT, 1973).

Já nos quadros crônicos, observa-se a presença de hemorragia em diversos órgãos, linfoadenopatia generalizada, edema de membros e hipoplasia medular (BUHLES, 1975).

6. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico laboratorial consiste na observação de E. canis em esfregaços de sangue do cão infectado, ou em decalques dos órgãos alvo.

Pode-se ainda realizar o diagnóstico por imunofluorescência indireta, que constitui um método sensível e muito específico, permitindo o diagnóstico preciso da erliquiose (DAVOUST, 1993).

A trombocitopenia presente no quadro clínico não permite que se confirme o diagnóstico da doença, mas em áreas sabidamente endêmicas, a erliquiose dever ser considerada como a primeira suspeita. A confirmação do diagnóstico pode ser reforçado se for encontrado hipoalbuminemia e hiperglobulinemia associado a trombocitopenia(DAVOUST, 1993).

A técnica de PCR (polymerase chain reaction), permite um diagnóstico rápido e com sensibilidade semelhante a outras técnicas, o que o torna uma peça útil para a elaboração do diagnóstico (IQBAL et al., 1994; WEN et al., 1997).

Um outro teste bastante simples e disponível, é o teste de Immunocomb, que se baseia na detecção de anticorpos IgG contra Erlichia canis no soro. Este teste é muito útil no monitoramento dos níveis de anticorpos, principalmente nas fases sub-clínica e crônica, onde é muito difícil o encontro da E. canis em esfregaço sanguíneo. É também útil no monitoramento dos níveis de anticorpos pós tratamento.

 

7. TRATAMENTO

O objetivo do tratamento é prevenir a manutenção da doença pelos portadores sãos (DAVOUST, 1993).

Para tanto, diversos fármacos podem ser utilizados no tratamento da erliquiose, entre eles estão: a oxitetraciclina, o cloranfenicol, o imidocarb, a tetraciclina e a doxiciclina. (Tabela 2)

Destas, a doxiciclina constitui a droga de eleição no tratamento da erliquiose em todas as suas fases.

A droga é bem absorvida com rapidez quando administrada por via oral. A distribuição é ampla pelo coração, rins, pulmões, músculo, fluido pleural, secreções brônquicas, bile, saliva, fluido sinovial, líquido ascítico e humores vítreo e aquoso. A doxiciclina é mais lipossolúvel e penetra nos tecidos e fluidos corporais melhor que o cloridrato de tetraciclina e a oxitetraciclina. A eliminação da doxiciclina se dá primariamente através das fezes por vias não biliares, na forma ativa. A vida média da doxiciclina no soro em cães é de 10-12 horas e a “clearence” de cerca de 1,7 mL/kg/min. A droga não se acumula em pacientes com disfunção renal e por isso pode ser usada nesses animais sem maiores restrições.

Na literatura, existem várias indicações de dosagens e tempo de duração do tratamento da Erlichiose utilizando-se a doxiciclina. Os critérios para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico, da severidade dos sintomas clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do início da terapia.

(Bartch, 1996), recomenda nas fases agudas, a dosagem de 5 mg/kg ao dia durante 7 a 10 dias e nos casos crônicos 10 mg/kg ao dia durante 7 a 21 dias.

A eficácia da doxiciclina no tratamento da erliquiose na dose de 10 mg/Kg/dia em dose única foi demostrada por vários autores (HOSKINS et al., 1991; BREITSCHWERDT et al., 1998).

O tratamento pode durar de 3 a 4 semanas nos casos agudos e até 8 semanas nos casos crônicos. A doxiciclina deverá ser fornecida 2 a 3 horas antes ou após a alimentação para que não ocorra alterações na absorção (WOODY et al., 1991).

Alguns autores recomendam prolongar o tratamento por mais de 6 semanas nos casos de erliquiose sub clínica (HARRUS et al., 1998), caso contrário existe a possibilidade da permanência do agente no animal (IQBAL et al., 1994).

Freqüentemente deverá ser fornecido um tratamento de suporte, principalmente nos casos crônicos. Assim, deve-se corrigir a desidratação com fluidoterapia, e as hemorragias devem ser compensadas pela transfusão sangüínea. Terapia a base de glicocorticóides e antibióticos pode também ser utilizada nos casos em que a trombocitopenia for importante e nos casos de infecções bacterianas secundárias, respectivamente (PASSOS et al., 1999).

O prognóstico depende da fase em que a doença for diagnosticada e do início da terapia. Quanto antes se inicia o tratamento nas fases agudas, melhor o prognóstico. Nos cães no início da doença observa-se melhora do quadro em 24 a 48 horas, após o início da terapia. (WOODY et al., 1991).

BASE TERAPEUTICA DOSE VIA FREQUENCIA
Antibioticos de 1a Linha
Cloridrato de tetraciclina 22 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por 21 dias
Oxitetraciclina 25 mg/Kg Oral Três vezes ao dia por 21 dias
Doxiciclina 5 a 10 mg/Kg Oral ou Intravenosa Uma a duas vezes ao dia por 14 dias
Minociclina 20 mg/Kg Oral Duas vezes ao dia por 14 dias
Antibióticos de 2a Linha
Imidocarb 5 mg/Kg Intramuscularou Subcutânea Dose única com repetição após 2 ou 3 semanas.
Cloranfenicol 50 mg/Kg Oral Três vezes ao Dia por 21 dias

Tabela 2: Produtos disponíveis para o tratamento de Erliquiose Canina (modificado de WOODY et al., 1991)

 

8. PROFILAXIA

A prevenção da doença tem um caráter de suma importância nos canis e no locais de grande concentração de animais. Devido a inexistência de vacina contra esta enfermidade (WOODY et al., 1991), a prevenção é realizada através do controle do vetor da doença: o carrapato. Para tanto, produtos acaricidas ambientais e de uso tópico são eficazes desde que seja realizado o manejo correto.

Todo animal que entre em uma propriedade ou canil, deve ser mantido em quarentena e tratado para carrapatos. Caso seja positivo para Erliquia, deverá ser tratado antes de ingressar na criação.

Nas áreas endêmicas, o fluxo de cães deve ser mínimo e quando ocorrer, recomenda-se tratar o animal com doxiciclina por um período de 1 mês (DAVOUST, 1993).

Com efeito, WOODY et al. (1991), propõem tratar os animais provenientes de áreas endêmicas de difícil controle de carrapatos, com doses terapêuticas de doxiciclina por mais de uma geração do carrapato transmissor, fazendo com que haja uma diminuição drástica das infecções por Erliquia.

Deve se instaurar um sistema de identificação sorológica dos animais positivos, com o intuito de tratá-los o mais rápido possível, minimizando a amplitude das fontes de infecção, que correspondem aos animais assintomáticos (DAVOUST, 1993).

 

9. REFERÊNCIAS

ANDEREG, P.I.; PASSOS, L.M.F. – Canine ehrlichiosis – a review. Clínica Veterinária, 19: 31-8, 1999.

BARTSCH, R.C; Greene R.T.: Post-Therapy antibody titers in dogs with Ehrlichiosis: Follow-up study on 68 patients treated primarily with tetracycline and/or Doxycycline. J. of Veterinary Internal Medicine, vol.10 n.4, 1996 pp.271-274

BEAUFILS, J.P.; LEGROUX, J.P. Présence simultanée d’ Ehrlichia sp e d’ Hepatozoon canis dans des granulocites de chien: a propos de deux cas. Prat. Méd. Chir. Anim. Comp., 27 (1): 81-6, 1992

BUHLES Jr, W.C.; HUXSOLL, D.L.; HILDEBRANDT, P.K.- Tropical canine pancytopenia: Role of aplastic anaemia in the pathogenesis of severe disease. J. Comp. Path., 85: 511-21, 1975.

CODNER, E.L.; FARRUS-SMITH, L.L Characterisation of the subclinical phase of ehrlichiosis in dogs. J. of Am. Vet. Ass. 189 (1): 47-50, 1986.

CODNER, E.C.; MASLIN, W. Investigation of renal protein loss in dogs with acute experimentally induced Ehrlichia canis infection. Am. J. Vet. Res., 53 (3):264-9, 1992.

COUTO, C.G. Doenças Rickettsiais In: BIRCHARD, SHERDING, Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. Ed. Roca: 139-42, 1998

DAVOUST, B.; PARZY, D.; VIDOR, E.; HASSELOT, N.; MARTET, G. Ehrlichiose canine experimentale : étude clinique et terapeutique. Rev. Méd. Vét. 167: 33-40, 1991.

DAVOUST, B. – Canine ehrlichiosis, Point Vét., 25 (151): 43-51, 1993.

GHORBEL, A.; CADORE, J.L.; CLERC, B.; BOUATTOUR, A.; VIDOR, E. SAYN, M.J. Efficiency of oxytetracyclin in dog ehrlichiosis treatment. Revue Med. Vet., 144 (2): 109-14, 1993.

GREGORY, C; FORRESTER, S..O. Ehrichia canis, E. equi, E. risticci infections. In: GREENE, C.E. Infectious diseases of the dog and cat. Philadelphia: W.B. Saunders: 404-14, 1990.

GROVES, M.G.; DENNIS, G.L.; AMYX, H.L., HUXSSOLL, O.L. Transmission of Ehrlichia canis to dogs by ticks (Rhipiceplalus sanguineus). American Journal of Veterinary Research , 36 (7): 937-40, 1975.

HARRUS, S.; WARNER, T.; AIZENBERG, I.; FOLEY, J.; POLANO, A.M.; BARN, H. Amplification of Ehrlichial DNA from dogs 34 months after infection with Ehrlichia canis . Journal of Clinical Microbiology, 36 (7): 2140-2, 1998.

HILDERBRANDT, P.K; HUXSOLL, D.L.; WALKER, J.S.; NIMS, R.M.; TAYLOR, R.; ANDREWS, M.- Pathology of canine ehrlichiosis (Tropical Canine Pancytopenia).Am. J. Vet. Res., 34 (10): 1309-20, 1973.

HOSKINS, J.D. Ehrlichial diseases of dogs: diagnosis and treatment. Canine Practice, 16 (3): 13-21, 1991.

IQBAL, Z.; CHAICHANASIRIWITHAYA, W.; RIKIHISA, Y. Comparison of PCR with other test for early diagnosis of canine ehrlichiosis. J. Clin. Microbiol., 32 (7): 1658-63, 1994.

JAIN, V.K.; GUPTA, S.L. – Successful treatment of canine ehrlichiosis with doxycycline – A case report.. Indian Vet. J., 74: 252-3, March 1997.

KLAG, A.R.; DUNBAR, L.E.;GIRARD, C.A. Concurrent erlichiosis and babesiosis in a dog. Can. Vet. Volume 32: 305-7, 1991.

PASSOS, L. M. F; ANDEREG, P. I; SAMARTINO, L. E. Ehrlichiosis canina. Vet. Arg., 16 (153), 1999.

SHAW, D.H.; RUBIN, S.I. Pharmacologic activity of doxiciclin. J. Am. Vet. Med. Assoc., 189 (7): 808-9, 1986.

WANER, T.; HARRUS, S.; WEISS, D.J.; BARK, H.; KEYSARY, A. Demonstration of serum antiplatelet antibodies in experimental acute canine ehrlichiosis. Veterinary Immunology and Immunopathology,.48 ( 1/2): 177-82, 1995.

WEN, B.; RIKIHISA, Y. MOTT, J.M.; GREENE, R.; KIM, H.Y.; ZHI, N.; COUTO, G.C.; UNVER, A. BARTSCH, R. Comparison of nested PCR with imunofluorescent-antibody assay for detection of Ehrlichia canis infection in dogs treated with doxycycline. J. Clin. Microbiol. 35 (7): 1952-5, 1997.

WOODY, B.J.; HOSKINS, J.D. Ehrlichial diseases of the dog. Veterinary Clinical North America: Small animal practice, 21 (1): 45-98, 1991.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

* Copy This Password *

* Type Or Paste Password Here *

Popups Powered By : XYZScripts.com