Doença Autossômica do rim policístico (PKD)

A “Doença do Rim Policístico ou PKD (do inglês “Polycystic Kidney Disease”) é caracterizada pelo surgimento de cistos no rim, causando disfunção renal. A formação dos cistos ocorre ainda no período gestacional, porém estes aumentam de tamanho com o passar do tempo, e podem variar de 1 mm a 1 cm de diâmetro. Normalmente animais mais velhos apresentam cistos maiores e em maior quantidade que animais mais jovens. Alguns dos sintomas clínicos da doença são: depressão, perda ou redução do apetite, sede demasiada, micção excessiva e perda de peso. Os problemas começam com o crescimento dos cistos, que causam disfunção renal, levando, finalmente, à falência renal. O diagnóstico pode ser feito de maneira nada agressiva, por meio de ultra-sonografia, ou através de exames de DNA. Aos 10 meses de idade o exame anatômico chega a 98 % de acurácia, quando realizado por veterinário experiente. Os exames de DNA são geralmente realizados em gatos com 8 a 10 semanas, e têm 100% de confiabilidade, em qualquer idade. Em termos genéticos, a patologia possui penetrância incompleta e expressividade variável, o que faz com que gatos de idades diferentes possam desenvolvê-la em graus variados, embora seja mais comum que seu aparecimento ocorra entre 3 e 10 anos, geralmente em torno dos 7 anos. A herança é autossômica dominante (o que significa que sempre que um filhote desenvolver os cistos, um de seus pais também apresentará a mutação), e que esta se expressa tanto em homozigose quanto em heterozigose. Entretanto, acredita-se que a maioria dos embriões homozigotos (portadores dos dois cromossomos com o gene contendo a mutação, um derivado do pai e um da mãe) seja abortada ainda no começo de seu desenvolvimento, ou que morra em poucas semanas.

Como qualquer doença genética, a PKD não tem cura. Tratamentos paliativos e preventivos podem ser realizados para melhoria da qualidade de vida do animal. Dietas balanceadas, e água em abundância são recomendadas. Estima-se que cerca de 35% dos persas sejam portadores do gene para PKD. Todas as raças derivadas ou portadoras de linhagens de sangue do persa (ex: himalaio, exotico, sagrado da birmania, Selkirk, british shorthair, american shorthair e Scottish Folds), bem como o próprio Persa, apresentam maior propensão à doença (prevalência estatística). Filhotes destas raças devem preferencialmente apresentar exames negativos para PKD, que indiquem ausência da mutação. Apesar desta prevalência, outras raças também podem apresentar o alelo mutado (siameses e American Curls), além dos SRDs (sem raça definida).

Gatos que possuem o alelo mutado devem ser retirados de programas de reprodução dos criadores. Embora o manejo seja facilitado pela herança da doença ser autossômica dominante (o que significa que todo portador desenvolve a patologia), os exames para certificação dos padreadores devem ser iniciados antes da idade reprodutiva do animal, e devem ser preferencialmente feitos por meio de análises de DNA, pois cistos muito pequenos podem passar desapercebidos nos exames morfológicos, gerando falsos-negativos. A penetrância incompleta da patologia pode fazer com que um gato seja usado como padreador em uma criação durante anos antes que seja diagnosticado com a doença do rim policístico. Assim, como o criador precisa estar atento e realizar exames nos gatos do plantel, o comprador de um filhote, sobretudo persa, deve estar também atento a existência de tais exames. Eles podem garantir que seu mascote passe mais tempo ao seu lado e tenha uma vida mais tranqüila.

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